domingo, 29 de novembro de 2009

Cartas, já escreveu, já recebeu?





Hoje, com as facilidades de comunicação é diferente.

Mas há uns cinquenta anos, cartas eram significativas e multi-funcionais.

Imagine, por exemplo, o que seria da carta testamento de Getúlio Vargas, por ocasião do suicídio.








Houvesse na época os recursos disponíveis hoje, teria ele usado câmara, estaria tudo logo circulando no Youtube?


(clique em cima, para ampliar)

Exemplificando com meu próprio caso, era relativamente raro escrever cartas.
Mas, tive um período em que o fazia, e elas tinha várias funções, alem da comunicação pura e simples.

Havia as afetivas, dos pais e namoradas ou amigas.




















Entre outras cartas que recebia, algumas massageavam o coração, outras o ego.

Também, como autodidata e dificuldades em fazer cursos pela escassez de recursos e distâncias, utilizava cartas como estímulo ao estudo.


Já tentou escrever textos em lingua estrangeira? É complicado.

Antes, é necessário que haja bastante leitura.



Eu já escrevi, especialmente em ingles, e até hoje não sei o quanto os destinatários se divertiram com meus erros de expressão. Mas, funcionou.





Fui aperfeiçoando, e as respostas pelo menos vinham bem certinhas e cordiais!








Cartas tambem eram o meio de se inserir nas chamadas redes sociais.

































Os ciclos das postagens e retornos eram bem mais lentos do que a rapidez de hoje, por exemplo com o Orkut, Facebook e tantas outras.

Outra espécie de cartas era as das que continham alguma bronca, e as das reconciliações.




































Hoje, está mais fácil e rápido, ao invés de cartas há as câmeras e microfones!

Estão dispensados os trabalhosos arquivamentos de papeis. Mas há um risco, daqui a cinquenta anos (já não estarei aqui ...), talvez tenham que contentar-se com a mensagem:

"Error"
"Sorry, file not found"!

sábado, 21 de novembro de 2009

Atrasei um avião já atrasado






Ou, "fiz um avião parar", na realidade "abortei a decolagem" de um avião.











Nem os familiares souberam. Pois sempre guardei para mim, como sendo um tremendo "mico", ou algo irrelevante para outros.


De fato aconteceu.


De poucas viagens mais longas, tive oportunidade de permanecer alguns meses nos Estados Unidos, ao final do ano 2000 (já que o mundo iria terminar mesmo, ou no mínimo haveria um tremendo "bug"...)


Estava em Boston, e na véspera do natal, viajei para Filadélfia.


Como havia muita neve, todos os voos estavam atrasados.


No aeroporto em Boston, enormes filas de pessoas aguardando.


Fiz o check-in, e resignadamente fui a respectiva sala de espera.


Surpresa! "Cara de sorte que sou!"


Vejo no display do túnel de embarque anunciado extamente o meu voo para Filadélfia!


Apressei os passos, e lá fui eu, sendo o último na fila de embarque.


Apresentei a passagem, e entrei no avião.


Hmmm, parece estranho. Avião menor do que imaginava. Maior parte de senhoras idosas, e alguns homens tambem idosos se ajeitando nas poltronas.


Mais estranho ainda, o próprio comandante do vôo, brincando com uma destas idosas bem humoradas:


"Do you like onion juice?"


Você gosta de suco de cebola? "É só isto que podemos oferecer"


Putss, deve haver algo de errado, ou será que a filha me deu um "presente de grego"?


O avião começou a taxiar. Em seguida, anunciavam aqueles avisos de praxe sobre procedimentos de segurança, e assim por diante. Foi quando ouvi: "A chegada prevista a Toronto é a tal hora"


E agora?


Enquanto levantei da poltrona, me manifestei em voz alta, e houve toda uma movimentação - passou pela cabeça o que poderia acontecer se chegasse ao Canadá sem visto de entrada!



Interromperam o taxiamento, voltou o avião, e houve uma rápida conversa com o comandante da aeronave. Cena incrível, mas amigável. Pedi desculpas a todos os passageiros. Expliquei que era um turista brasileiro - chiiii, olhares incrédulos! (Brasil não são indígenas?)


Ufa, que alívio. O avião monobrou de volta ao tunel de embarque e desembarquei, e lá fui eu.



Estaca zero. Aguardei o outro avião, que estava atrasado. Mas os displays ficaram desligados por um bom tempo. E, depois de longa espera "curtindo o mico", embarquei efetivamente com destino a Filadélfia.


Nove meses após, houve os atentados de 11 de setembro (2001).


Fiquei pensando, e hoje o escrevo (sobre a lição do "mico"):


a) Lembre sempre que é bom desconfiar quando o milagre é muito grande;


b) Naquela véspera de natal, constatei que no aeroporto de Boston (de onde partiu um dos aviões utilizados pelos terrorristas no atentado,) houve duas falhas que possibilitaram meu embarque em avião errado.


b.1 - Os displays nos túneis de embarque sinalizavam erroneamente, e,


b,2 - não conferiram efetivamente minha passagem que apresentei.


Em compensação, na Filadélfia, entre outras visistas a locais históricos, sentei na cadeira de Benjamin Franklin em sua gráfica (ou tipografia), e assisti uma demonstração de como imprimiram a Declaração da Independência dos Estados Unidos.

Aliás, Benjamin Franklin, entre suas várias publicações, também publicou o primeiro jornal em lingua alemã nos Estados Unidos, o Philadelphische Zeitung.











Convite

Somos semelhantes, com diferenças.

Algumas coisas acontecem em comum, a todos.

Outras nos acontecem ou fazemos acontecer, somente a nós mesmos.

Aparentemente, mas como seres gregários, pois vivemos em grupos, também outros são atingidos indiretamente.

Entre histórinhas e amenidades, sobre hortinhas, animais de estimação, caminhadas, aspectos pitorescos do cotidiano, penso em abordar temas sérios a partir de acontecimentos, que tenha presenciado ou vivenciado.

Muitas vezes somos vítimas das circunstâncias, assim como em outras circunstâncias somos favorecidos. Perante as realidades objetivas, a grande diferença em nossos comportamentos se dá por atitudes, como curiosidade e otimismo. E, na adoção de uma escala de valores.

Por exemplo, de vez em quando "pagamos mico". Quase sempre podemos ao final aprender ou apreender alguma coisa.

Vários assuntos podem ser de interesse geral, como por exemplo, a que ponto nossa geração, a dos um pouco mais idosos foram afetados indiretamente pela WW II, segunda guerra mundial?

Especialmente os descendentes de alemães, no Brasil. Assim como de italianos e japoneses.

E a revolução de 1964, que foi uma ruptura institucional. Também foi uma ruptura social. E ainda, mesmo que em aspectos de meros desdobramentos, para muitos trouxe alguma ruptura psicológica pessoal. Independente de ser a favor ou de ser contrário.


Também os, penso que foram oito, sucessivos "planos econômicos" para debelar a hiperinflação, como tem afetado nosso desenvolvimento pessoal?



E características pessoais, como ser mais ou menos ingênuo, ou ser branco e pobre ou coisas do gênero, influem no tanscurso da sua vida? E os estereótipos, como alemão gosta de cerveja e outras, que criam expectativas as quais nem sempre são correspondidas.

Enfim, tentarei contar algumas historinhas, da vida própria e alheia, como ilustração e para eventual reflexão.